segunda-feira, 14 de maio de 2012

Guerra e Paz - Leon Tolstói

Em 1862 o conde de Tolstoi está perto de fazer trinta e quatro anos. Dentro da carreira das letras já não é propriamente um recém chegado. É de facto um escritor conhecido cujas obras já tinham chegado ao grande público. Contudo Tolstoi não é um escritor como qualquer outro, não frequenta os círculos literários e mundanos da capital. Recusa colaborar com as revistas da altura, embora os seus directores o procurem com insistência. Pode-se mesmo dizer que rompeu com os seus colegas de escrita e afastou-se das grandes ideias do seu tempo que tinham como base o cientismo ou o positivismo. No fundo, para ele escrever já não é um ganha pão, por que ele não precisa de sobreviver através da escrita.
Tolstoi tem outras preocupações, como por exemplo, a actividade pedagógica, que o apaixona e o faz abrir uma escola em 1859 ás crianças filhas de camponeses da sua propriedade de Iasnaia Poliana, para lhes ensinar ortografia, aritmética e o catecismo.
Tolstoi não é um homem, como pode á primeira vista parecer, indiferente ao seu tempo. Não é apenas um morgado de província apaixonado pela literatura, é sim um homem sincero e escrupuloso, cuja natureza excessiva o leva ao fundo das coisas sem temer as consequências. É um pensador, cujo objecto de meditação não é outro que o próprio homem, na sua integridade e na sua perenidade. É esta preocupação que garante o carácter profundo e verídico das suas obras. Procurando ver sempre para além do facto anedótico ou da actualidade do seu tempo, ele quer encontrar no homem aquilo que o torna homem e assim criar uma nova filosofia.
É neste ambiente que ele começa a escrever a sua obra prima, A Guerra E Paz, um vasto fresco histórico onde o amor a guerra e a intriga se encontram numa harmonia perfeita, e que tornará este romance numa das obras mais lidas de todos os tempos.
By: Igor de Oliveira

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O Vento Levou - Margaret Mitchell

Gone with the Wind (...E o Vento Levou) é um romance da escritora e jornalista norte-americana Margaret Mitchell. Lançada originalmente a 30 de junho de 1936, a obra recebeu os prêmios National Book Award e Pulitzer no ano seguinte.
Sua história, ambientada no Sul dos Estados Unidos, retrata a vida de Scarlett O'Hara, filha mimada de um bem-sucedido dono de plantação algodoeira, que deve usar todos os meios à sua disposição para sobreviver durante a Guerra Civil Americana e, posteriormente, ao período da Reconstrução.
Mitchell começou a escrever o livro em 1926 para passar o tempo, enquanto se recuperava de alguns problemas de saúde. O processo de escrita levou mais de dez anos, e em 1935 a Editora Macmillan adquiriu os direitos de publicação do volume. Ele entrou rapidamente para as listas de mais vendidos e, posteriormente, teve seus direitos de filmagem comprados pelo produtor David O. Selznick. Lançado em 1939, o longa-metragem homônimo, estrelado por Vivien Leigh e Clark Gable, foi um sucesso de público e de crítica.
Curiosamente, trata-se do único romance publicado em vida por Mitchell; entretanto, Gone with the Wind possui duas sequências oficias, bem como algumas paródias e continuações ilegais. Ao longo dos anos, ele também tem sido analisado por seu simbolismo e tratamento de arquétipos, sendo considerado um livro muito popular nos Estados Unidos. Em 2005, a revista TIME o incluiu em sua lista dos cem maiores livros publicados originalmente em inglês de 1923 até a referida data.

O Enredo 

Durante a Guerra de Secessão, a voluntariosa e independente Scarlett O'Hara sofre pelo amor não correspondido que nutre por Ashley Wilkes, enquanto assite à devastação de sua família e de sua amada fazenda Tara. Desiludida e disposta a tudo para reerguer suas terras, a jovem então envolve-se com o charmoso e cínico Rhett Butler.

Sequências

Ao longo de sua vida, Mitchell resistira ferozmente a qualquer ideia de continuação para seu livro. No entanto, em 1991, a escritora estadunidense Alexandra Ripley publicou uma continuação autorizada pelos herdeiros de Mitchell para Gone with the Wind, um romance intitulado Scarlett. O livro foi amplamente criticado, principalmente pela descaracterização das personagens, no entanto, vendeu milhões de exemplares.
Em 2000, a escritora norte-americana Pat Conroy havia sido escolhida pelos herdeiros de Mitchell para escrever uma nova continuação de Gone with the Wind. Porém, depois de muitos meses de negociações - sobre o conteúdo, dinheiro e controle editorial - Conroy se afastou do projeto e dos relatados 4,5 milhões dólares de salário.
No ano de 2001, uma paródia não autorizada da obra, chamada The Wind Done Gone e escrita por Alice Randall, foi lançada. O livro reconta a história original, desta vez do ponto de vista dos escravos. Os detentores dos direitos de Gone with the Wind tiveram uma visão sombria do romance de Randall, processando sua editora por violação de direitos autorais.
A segunda sequência oficial foi publicada em 2007. Trata-se do livro Rhett Butler's People, contado à partir da perspectiva de Rhett Butler. Escrito por Donald McCaig, o livro desconsidera a versão de Ripley e cria uma nova cronologia. O romance foi autorizado pelos herdeiros do espólio de Margaret Mitchell; eles haviam sondado vários escritores para continuar a história, e a procura pelo autor ideal começou em 1995. O romace foi considerado pela crítica fiel ao estilo do original, porém não tão bom quanto o clássico de Mitchell.

A autora

Filha do advogado Eugene Muse Mitchell, diretor da Sociedade de História de Atlanta, e de Mary Isabelle "Maybelle" Stephens, uma sufragista, Margaret cresceu ouvindo histórias sobre a Guerra de Secessão contadas por seus parentes e por veteranos confederados. Obcecada por escrever, conta-se que ainda em criança costumava levantar-se no meio da noite para registrar idéias para histórias e peças teatrais. Todavia, Margaret nunca foi exatamente uma aluna brilhante.
No outono de 1918, ela ingressou no Smith College, de Northampton, Massachusetts, pouco antes da entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial. Durante o conflito, seu noivo, o tenente Clifford Henry, foi morto em combate na França e em Janeiro de 1919, Maybelle Stephens faleceu durante a epidemia de Gripe Espanhola. Este último acontecimento obrigou Margaret a abandonar os estudos e voltar para casa, mas ela não possuía temperamento para dedicar-se apenas a cuidar do pai e do irmão mais velho. Logo, seu comportamento de melindrosa e seu trabalho em projetos sociais junto a população negra de Atlanta, começaram a escandalizar a sociedade conservadora da cidade.

Andressa Pontes

Os Sertões - Euclides Cunha

Os Sertões é um livro brasileiro, escrito por Euclides da Cunha e publicado em 1902.
Trata da guerra de canudos (1896-1897), no interior da Bahia. Euclides da Cunha presenciou uma parte desta guerra como correspondente do jornal O Estado de São Paulo, e ao retornar escreveu um dos maiores livros já escritos por um brasileiro. Pertence, ao mesmo tempo, à prosa científica e à prosa artística. Pode ser entendido como um obra de sociologia, geografia, história ou crítica humana. Mas não é errado lê-lo como uma epopeia da vida sertaneja em sua luta diária contra a paisagem e a incompreensão das elites governamentais.
Considerada uma obra pré-modernista, o estilo de Os sertões é conflituoso, angustiado, torturado. Dá a impressão de sofrimento e luta. O autor faz uso de muitas figuras de linguagem, às vezes omite as conjunções , outras repete-as reiteradamente . Ocorre, com frequência, a mistura de termos de alta erudição tecno-científica com regionalismos populares e neologismos do próprio autor. 

Determinismo Racial

Euclides da Cunha deixou claro em "Os Sertões" seu ponto de vista no que se refere ao racismo. Como a maioria dos de sua época, acreditava numa "raça superior", e em sua íntima relação com os de pele clara. Acreditava no embranquecimento dos brasileiros evitando a miscigenação com "raças inferiores", para que se pudesse manter uma certa "estabilidade", e assim, ter uma definição sistematizada da "raça brasileira". A obra foi concebida segundo o esquema rigoroso do determinismo de Taine, que via o homem como um produto de três fatores: meio ambiente, raça e momento histórico. As teses e os princípios científicos adotados pelo escritor envelheceram, achando-se na sua maioria desacreditados, atualmente. O determinismo considerava o mestiço brasileiro uma raça inferior, e Euclides da Cunha compartilha desta visão. Escreve, por exemplo: "Intentamos esboçar, palidamente embora, ante o olhar de futuros historiadores, os traços atuais mais expressivos das sub-raças sertanejas do Brasil. E fazemo-lo porque a sua instabilidade de complexos, aliada às vicissitudes históricas e deplorável situação mental em que jazem, as tornam talvez destinadas a próximo desaparecimento ante as exigências crescentes da civilização."

O livro se divide em 3 partes : 

A terra, o homem e a luta : A Terra: Na primeira parte são estudados o relevo, o solo, a fauna, a flora e o clima da região nordestina. Euclides da Cunha revelou que nada supera a principal calamidade do sertão: a seca. Registrou, ainda, que as grandes secas do Nordeste brasileiro obedecem a um ciclo de nove a doze anos, desde o século XVIII, numa ordem cabalística.
O Homem: O determinismo julgava que o homem é produto do meio (geografia), da raça (hereditariedade) e do momento histórico (cultura). O autor faz uma análise da psicologia do sertanejo e de seus costumes.
A Luta: Fala sobre o que foi a Guerra de Canudos e explica com riqueza de detalhes os fatos dessa guerra que dizimou a população de Canudos.

Na Cultura Popular:

O poeta e compositor Edeor de Paula escreveu um samba chamado "Os Sertões", como síntese poética do livro e homenagem a Euclides da Cunha na Em Cima da Hora.
Foi lançada também a versão em hq (banda desenhada) pela editora Desiderata, com roteiro de Carlos Ferreira e desenhos de Rodrigo Rosa.
 O Autor:

Nasceu na fazenda Saudade, em Cantagalo (Rio de Janeiro), filho de Manuel Rodrigues da Cunha Pimenta e Eudóxia Alves Moreira da Cunha. Órfão de mãe desde os 3 anos de idade, Euclides passa a viver em casa de parentes em Teresópolis, São Fidélis e na cidade do Rio de Janeiro. Em 1883 ingressa no Colégio Aquino, onde foi aluno de Benjamin Constant Botelho de Magalhães, que muito influenciou sua formação introduzindo-lhe à filosofia positivista. Em 1885, ingressa na Escola Politécnica e, no ano seguinte, na Escola Militar da Praia Vermelha, onde novamente encontra Benjamin Constant Botelho de Magalhães como professor.
Por: Viviane Ventura.

segunda-feira, 26 de março de 2012

O Pequeno Príncipe - Antoine Jean Baptiste


Suas obras

As suas obras são caracterizadas por alguns elementos como a aviação e a guerra. Também escreveu artigos para várias revistas e jornais da França e outros países, sobre muitos assuntos, como a guerra civil espanhola e a ocupação alemã da França.
Destaca-se Le Petit Prince (O Pequeno Príncipe, no Brasil ou O Principezinho, em Portugal) de 1943, livro de grande sucesso de Saint-Exupéry.
Le Petit Prince pode parecer simples, porém apresenta personagens plenos de simbolismos: o rei, o contador, o geógrafo, a raposa, a rosa, o adulto solitário e a serpente, entre outros. O personagem principal vivia sozinho num planeta do tamanho de uma casa que tinha três vulcões, dois ativos e um extinto. Tinha também uma flor, uma formosa flor de grande beleza e igual orgulho. Foi o orgulho da rosa que arruinou a tranquilidade do mundo do pequeno príncipe e o levou a começar uma viagem que o trouxe finalmente à Terra, onde encontrou diversos personagens a partir dos quais conseguiu repensar o que é realmente importante na vida.
O romance mostra uma profunda mudança de valores, e sugere ao leitor quão equivocados podem ser os nossos julgamentos, e como eles podem nos levar à solidão. O livro nos leva à reflexão sobre a maneira de nos tornarmos adultos, entregues às preocupações diárias, e esquecidos da criança que fomos e somos.
Antoine de Saint-Exupéry partiu para Nova York no fim de Dezembro de 1940, onde começou a desenhar, na frente aos editores, o recorrente menino de cabelos rebeldes. Quando lhe perguntavam, respondia: “Não é nada de mais, é apenas o garoto que existe no meu coração.”

         A primeira edição do Pequeno Príncipe apareceu em abril de 1943. Ele recebeu um dos primeiros exemplares alguns dias antes do seu embarque para a África do Norte. Atravessou o Atlântico a bordo de um navio com tropas americanas para lutar pela França ocupada pelo exército alemão. No dia 31 de Julho de 1944 não retornou da sua última missão.
         Toda a obra de Saint-Exupéry é centrada em valores fundamentais e universais. Elas fazem parte do nosso patrimônio. São os valores dos homens solidários, responsáveis e persistentes.

O Pequeno Príncipe é o terceiro livro mais vendido do mundo. Possui cerca de 134 milhões de livros vendidos em todo mundo, 8 Milhões só no Brasil e foi traduzido em mais de 220 línguas e dialetos.
          É um dos personagens mais famosos e queridos de todos os tempos, que empolga crianças e adultos com ensinamentos inesquecíveis. Sua história deixa marcas pela forma simples de suas mensagens de otimismo, simplicidade e amor ao nosso planeta. 
Resenha

Na fábula de "O Pequeno Príncipe" o autor quer mostrar as dúvidas e demandas de uma criança, na cabeça de um adulto, em que esse adulto encontra uma criança, sua própria criança no seu interior, escondida em sua alma. E a partir de então, dos questionamentos feitos por ele mesmo através da sua "criança interior", ele percebe que não é ele que está passando conhecimento ou ensinamentos para essa criança, e sim a criança que estava o guiando, a criança estava ensinando-o a ver a vida de uma forma diferente, através da imaginação.

Ana Júlia Leal Santiago, 2º ano