Os Sertões é um livro brasileiro, escrito por Euclides da Cunha e publicado em 1902.
Trata da guerra de canudos (1896-1897), no interior da Bahia.
Euclides da Cunha presenciou uma parte desta guerra como correspondente
do jornal O Estado de São Paulo, e ao retornar escreveu um dos maiores
livros já escritos por um brasileiro. Pertence, ao mesmo tempo, à prosa
científica e à prosa artística. Pode ser entendido como um obra de sociologia, geografia, história ou crítica humana. Mas não é errado lê-lo como uma epopeia da vida sertaneja em sua luta diária contra a paisagem e a incompreensão das elites governamentais.
Considerada uma obra pré-modernista, o estilo de Os sertões é conflituoso, angustiado, torturado. Dá a impressão de sofrimento e luta. O autor faz uso de muitas figuras de linguagem, às vezes omite as conjunções , outras repete-as reiteradamente . Ocorre, com frequência, a mistura de termos de alta erudição tecno-científica com regionalismos populares e neologismos do próprio autor.
Determinismo Racial
Euclides da Cunha deixou claro em "Os Sertões" seu ponto de vista no
que se refere ao racismo. Como a maioria dos de sua época, acreditava
numa "raça superior", e em sua íntima relação com os de pele clara.
Acreditava no embranquecimento dos brasileiros evitando a miscigenação
com "raças inferiores", para que se pudesse manter uma certa
"estabilidade", e assim, ter uma definição sistematizada da "raça
brasileira". A obra foi concebida segundo o esquema rigoroso do determinismo de Taine,
que via o homem como um produto de três fatores: meio ambiente, raça e
momento histórico. As teses e os princípios científicos adotados pelo
escritor envelheceram, achando-se na sua maioria desacreditados,
atualmente. O determinismo considerava o mestiço brasileiro uma raça inferior, e Euclides da Cunha compartilha desta visão. Escreve, por exemplo: "Intentamos
esboçar, palidamente embora, ante o olhar de futuros historiadores, os
traços atuais mais expressivos das sub-raças sertanejas do Brasil. E
fazemo-lo porque a sua instabilidade de complexos, aliada às
vicissitudes históricas e deplorável situação mental em que jazem, as
tornam talvez destinadas a próximo desaparecimento ante as exigências
crescentes da civilização."
O livro se divide em 3 partes :
A terra, o homem e a luta : A Terra: Na primeira parte são estudados o relevo, o solo, a fauna, a flora e o clima da região nordestina. Euclides da Cunha revelou que nada supera a principal calamidade do sertão: a seca. Registrou, ainda, que as grandes secas do Nordeste brasileiro obedecem a um ciclo de nove a doze anos, desde o século XVIII, numa ordem cabalística.
O Homem: O determinismo julgava que o homem é produto do meio (geografia), da raça (hereditariedade) e do momento histórico (cultura). O autor faz uma análise da psicologia do sertanejo e de seus costumes.
A Luta: Fala sobre o que foi a Guerra de Canudos e explica com riqueza de detalhes os fatos dessa guerra que dizimou a população de Canudos.
Na Cultura Popular:
Foi lançada também a versão em hq (banda desenhada) pela editora Desiderata, com roteiro de Carlos Ferreira e desenhos de Rodrigo Rosa.
O Autor:
Nasceu na fazenda Saudade, em Cantagalo (Rio de Janeiro),
filho de Manuel Rodrigues da Cunha Pimenta e Eudóxia Alves Moreira da
Cunha. Órfão de mãe desde os 3 anos de idade, Euclides passa a viver em
casa de parentes em Teresópolis, São Fidélis e na cidade do Rio de Janeiro. Em 1883 ingressa no Colégio Aquino, onde foi aluno de Benjamin Constant Botelho de Magalhães, que muito influenciou sua formação introduzindo-lhe à filosofia positivista. Em 1885, ingressa na Escola Politécnica e, no ano seguinte, na Escola Militar da Praia Vermelha, onde novamente encontra Benjamin Constant Botelho de Magalhães como professor.
Por: Viviane Ventura.
Correto.Está bem resumido mas penso que é a forma correta de exibir ,o livro é muito extenso.Se possível,acrescente alguma informação pessoal,no mais, ficou muito bom.
ResponderExcluirMuito bom, pelo seu resumo eu me interessei muito nesse livro, resumo bem coerente e elaborado, parabéns.
ResponderExcluirDaniel Sousa